O ex-prefeito de São Paulo,
Fernando Haddad (PT), atual candidato a vice na chapa de Luiz Inácio Lula da
Silva minimizou a análise de cientistas políticos sobre uma possível
dificuldade em manter o bom desempenho nas urnas diante de uma eventual
impugnação da candidatura do ex-presidente. Durante agenda nesta quarta-feira
(22) em Aracaju, Haddad disse que a única estratégia da legenda é garantir a
vitória ainda no primeiro turno.
Uma pesquisa do Ibope
divulgada no começo desta semana aponta que o potencial de transferência de
votos de Lula para Fernando Haddad tem um teto relativamente baixo até o
momento. Quatro em cada dez eleitores do ex-presidente afirmam que não votarão
no ex-prefeito de São Paulo "de jeito nenhum", caso Lula sejam
impedido de disputar as eleições.
No subsolo da campanha,
articuladores afirmam que os petistas insistem na candidatura de Lula como
estratégia de narrativa para beneficiar Haddad com uma possível transferência
de votos, uma vez que o ex-prefeito paulista aparece nas pesquisas com quatro
pontos percentuais e é tido como “pouco conhecido” pelos eleitores do Nordeste,
reduto eleitoral petista.
Ao lado da comunista Manuela
D’ávila, que pode vir a se tornar candidata a vice na chapa, Haddad afirmou que
esse não é o momento de discutir uma eventual necessidade de convencer os
simpatizantes de Lula. “Nosso único plano é eleger Lula e as pesquisas mostram
que isso é possível ainda no primeiro turno”, respondeu quando questionado pelo
F5 News, em meio a uma pequena multidão de militantes concentrados na sede do
partido no centro da capital sergipana.
Reformas
Durante a coletiva, Fernando
Haddad defendeu uma reforma tributária que, segundo ele, fará com que quem
ganha mais pague mais impostos e quem tem rendimentos menores, tenha a carga tributária
reduzida. “Nós não queremos arrecadar mais, queremos arrecadar melhor”, disse o
candidato, que também acredita na necessidade de “redução dos juros bancários
para voltar a ampliar o acesso ao crédito no país”, como fez o ex-presidente
Lula em seus dois governos.
Ao comentar a aceitação de uma
ação de improbidade administrativa proposta pelo Ministério Público de São
Paulo por irregularidade na construção de trecho de ciclovia na capital
paulista, Haddad declarou não ver “problema desde que a Justiça seja imparcial,
como tem sido no meu caso até o momento. Com o Lula, por exemplo, não foi
porque no processo não há uma prova de crime”.
Também acompanhado do
governador Belivaldo Chagas (PSD), candidato à reeleição, e do candidato ao
Senado Jackson Barreto (MDB), o petista adiantou que, caso seja eleito, vai
barrar a proposta de reforma da previdência para discutir a “repactuação dos
regimes (previdenciários) próprios de cada Estado, porque a maioria não
consegue pagar a folha atualmente”.
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